Com 504 mortes confirmadas para a gripe suína, o Brasil passa a ser o segundo colocado em quantidade de mortes no mundo, atrás apenas dos Estados Unidos que tem 522 mortes provocadas pela nova gripe (ver tabela 1). Se a gripe continuar se disseminando com esta intensidade no Brasil, logo vamos nos tornar o primeiro colocado do mundo. No entanto, a tendência é que a quantidade de casos de gripe suína no Brasil, e nos países do hemisfério sul, comece a diminuir com a elevação da temperatura, falta menos de um mês para o início da primavera, que começa no dia 22 de setembro. Nos países do hemisfério norte, é esperado que a quantidade de casos e de mortes aumente muito com a chegada do outono. Vamos esperar para ver o que acontece nos países mais frios como os Estados Unidos, Canadá e Reino Unido. Até o momento, o total de óbitos no planeta é de 2.615 pessoas.
São Paulo possui o maior número de óbitos com pouco mais de 35% do total de fatalidades, o Paraná vem em segundo, com 154 óbitos, pouco mais de 30% do total. Apesar de números semelhantes entre São Paulo e Paraná a taxa de mortalidade é bem diferente, com uma população quatro vezes maior que a do Paraná, a taxa de mortalidade de São Paulo é de 0,436 contra 1,454 do estado do Paraná. O rápido aumento na quantidade de casos e de óbitos no Paraná se deve a maior agilidade na realização dos exames.
Até meados de julho, os exames para a confirmação de gripe suína eram realizados pela Fiocruz no Rio de Janeiro, e demorava mais de 15 dias para que os resultados fossem liberados, no entanto, a partir de 27 de julho, o Laboratório Central do Estado do Paraná (Lacen-Pr) assumiu a execução dos exames e como resultado, a quantidade de casos e de óbitos aumentou rapidamente. Fica a pergunta, será que a quantidade de casos e de óbitos dos outros estados, que não fazem seus exames, é real ou está atrasado? Se os exames fossem executados com rapidez o governo teria maior agilidade no combate a disseminação viral em regiões de alta incidência de gripe suína.
Segundo o ministério da Saúde, 83% do total dos pacientes graves com gripe, estavam infectados com o vírus da nova gripe, somente 17% dos pacientes graves estavam infectados com a gripe sazonal. Portanto, o vírus da gripe suína, tem 5 vezes mais capacidade de causar agravamento do quadro de saúde de um paciente do que a gripe sazonal. As mulheres são mais afetadas pela gripe suína, 58% casos confirmados são de pessoas do sexo feminino. Do total de casos graves provocados pelo vírus da nova gripe, 12% foram a óbito, sendo que em 50% desses casos o paciente não tinha nenhum fator de risco. Se estes dados do Ministério da Saúde estiverem corretos, a gripe suína está matando bem mais que a gripe sazonal, e que os fatores de risco não são tão determinantes para o agravamento do paciente como aparentava antes.
Para finalizar, se minha lógica estiver correta, não tem diferença nenhuma se uma pessoa que foi a óbito tinha ou não algum fator de risco, visto que 50% dos óbitos foram de pessoas saudáveis e os outros 50% foram de pessoas portadoras de algum fator de risco. A presença de algum fator de risco não aumenta a chance de óbito.
Fontes:
1 - Boletim epidemiológico do Ministério da Saúde.
2 - Secretaria de Saúde do Estado do Paraná - Lacen.
3 - Quinquagésimo boletim epidemiológico do estado do Paraná.
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