Vietnam anuncia mais 3 surtos em aves.

Foi confirmada hoje pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) a ocorrência de 3 novos surtos em aves domésticas no Vietnam. Os surtos começaram dia 03/02 nas províncias de Soc Trang, Nghe An e Cau Mau. No total dos 3 surtos, 678 aves morreram em decorrência da ação viral e outras 1354 aves foram sacrificadas na tentativa de contenção dos surtos. Com estes novos surtos, sobe para 5 a quantidade de regiões que estão em quarentena e ainda sem definição sobre a existência de novas aves contaminadas. Segundo a OIE, serão lançados novos informativos semanais até que os surtos indefinidos se resolvam.

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Egito confirma terceiro caso este ano.

Foi divulgado hoje (05/02/09) pela Organização Mundial de Saúde, mais um caso de infecção humana pelo vírus da gripe aviária. A doença acometeu um menino de dois anos de idade, morador de Suez distrito de Ganain. Seu quadro clínico se manifestou no dia 02 de fevereiro o que levou o menino a ser internado no dia seguinte. Seu quadro de saúde permanece estável. O menino ficou infectado por ter entrado em contato com aves mortas que estavam contaminadas com o H5N1.

http://www.who.int/csr/don/2009_02_05/en/index.html

Bangladesh, Índia e Vietanm relataram surtos.

Surtos em aves domésticas foram relatados por Bangladesh, Índia e Vietnam nos dias 02 e 03 de fevereiro.

O País mais afetado é Bangladesh que desde fevereiro de 2007 já relatou 299 surtos provocados pelo vírus H5N1. Só este ano, já foram relatados 5 surtos da doença que matou 243 aves criadas em fazendas comerciais ou criadas para consumo próprio, normalmente em fundos de quintal. Para conter estes surtos, o governo de Bangladesh sacrificou outras 9.429 aves das regiões afetadas. Bangladesh ainda possui 4 surtos não resolvidos, nestas localidades medidas sanitárias estão em andamento e é provável que o número de aves mortas pela doença e aves sacrificadas aumente no próximos dias.

http://www.oie.int/wahis/reports/en_fup_0000007762_20090204_112408.pdf

A Índia desde novembro de 2008 já relatou 23 surtos. Este ano, já contabiliza 5 surtos, com 335 aves mortas em decorrência da doença e 4129 aves sacrificadas para evitar a expansão do H5N1 para outras regiões do país. Outros 14 surtos estão em andamento no país, é esperado que a quantidade de aves mortas ou sacrificadas aumente significativamente nos próximos dias. As regiões afetadas estão próximas a fronteira com Bangladesh, indicando que existe comercio ou transporte de aves infectadas entre Bangladesh e Índia. O trabalho realizado diretamente com aves infectadas pelo H5N1 aumenta o risco de casos humanos da doença.

http://www.oie.int/wahis/reports/en_fup_0000007748_20090203_142914.pdf

O Vietnam já foi acometido por 188 surtos desde dezembro de 2006. Este ano o Vietnam relatou dois surtos com 381 aves mortas pelo vírus da gripe aviária e 1946 aves sacrificadas para a contenção dos surtos. Existem ainda outros 3 surtos identificados e ainda não contidos no Vietnam. A quantidade de aves mortas pelo H5N1 e sacrificadas deve aumentar nos próximos dias.

http://www.oie.int/wahis/reports/en_fup_0000007760_20090203_174219.pdf

Surto, Epidemia e Pandemia.

Surto, Epidemia e Pandemia.

Citei aqui neste blog algumas vezes a palavra pandemia. Mas eu não defini o que o termo quer dizer. E é de fundamental importância para aqueles que querem se informar sobre a gripe aviária que se familiarizem com o termo. Mas para definirmos pandemia é necessário que se defina surto e epidemia.

Surto se caracteriza pelo surgimento de uma doença que é localizada em uma área pequena e geralmente acomete poucas pessoas.

Epidemia é caracterizada pela incidência de uma doença sobre a população em um curto período de tempo. No entanto, diferente de surto, uma epidemia acomete uma região bem maior e afeta uma grande quantidade de pessoas.

Pandemia é uma epidemia que atinge o mundo inteiro. Ao passo que um surto é local e uma epidemia é regional, a pandemia é mundial.

Até agora o H5N1 se apresenta em surtos, ou seja, muito localizada e acometendo poucas pessoas.

Estes termos são de fundamental importância para que se defina uma situação de risco e oriente as ações de combate que devem ser exercidas pelos órgãos responsáveis. Para auxiliar ainda mais as ações mundial no combate a gripe aviária, a Organização Mundial de Saúde (OMS) criou um sistema de 6 fases que ajuda os governos a colocarem em prática seus planos de combates com ações específicas para cada fase ou estágio da doença. Veja post abaixo para maiores informações sobre as fases de alerta pandêmico da OMS.

Alerta pandêmico da Organização Mundial de Saúde.

Para auxiliar os governos no combate a gripe aviária, a OMS criou um sistema de alerta que classifica a atual circunstância em que se encontra a gripe aviária. Cada fase de alerta pandêmico exige um conjuntos de medidas necessárias para o combate do H5N1. O sistema conta com 6 fases distintas.

Período inter-pandêmico.

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A primeira fase de alerta é definida pela OMS após a ocorrência de uma pandemia. A última pandemia ocorreu em 1977 e foi provocada pelo ressurgimento do vírus da gripe do subtipo H1N1. Esta fase se caracteriza pela baixa possibilidade de contaminação humana.

A segunda fase se caracteriza pelo surgimento de um novo subtipo do vírus de gripe em animais, mas sem acometimento de pessoas, no entanto com alto potencial de infectar seres humanos.
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Período de alerta pandêmico.

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A terceira fase se caracteriza pela existência de casos humanos provocados pelo novo subtipo de gripe, mas com ausência, ou com raros casos, de transmissão de pessoa para pessoa.

A quarta fase se caracteriza por um aumento de transmissão viral de pessoas para pessoa, no entanto de ocorrência em uma região muito limitada.

A quinta fase é um agravamento da quarta, ou seja, um aumento significativo de transmissão viral de uma pessoa para a outra e possivelmente a ampliação da área de ocorrência.

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Período pandêmico.
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A sexta fase se caracteriza pela transmissão viral eficiente e sustentável entre pessoas e com acometimento do mundo todo. Neste momento estamos na fase 3. Ocorrência de surtos localizados e com ausência ou poucos casos de transmissão do H5N1 de uma pessoa para a outra.

Enquanto estivermos na fase 3, estaremos em relativa segurança, no entanto, quando passarmos para a fase 4, aí sim estaremos em grande risco porque da fase 4 para a 6 é apenas questão de tempo, de pouco tempo.

China anuncia novo caso de H5N1. Análise de risco.

Foi confirmado hoje (02/02/09) um novo caso de infecção pelo vírus H5N1. Uma mulher de 21 ano de idade moradora da cidade de Xupu, província de Hunan (ver mapa em post abaixo). Ela foi internada no dia 26/01 após 3 dias do início dos sintomas. Até o momento o estado de saúde da moça permanece estável. As investigações epidemiólogicas determinaram que a moça teve contato direto com aves doentes e mortas devido infecção pelo vírus da gripe aviária.

Este foi o segundo caso de pessoas contaminadas com o vírus do subtipo H5N1 na província de Hunan. Como noticiado anteriormente, um adolescente de 16 anos, morador da cidade de Huaihua, desenvolveu os sintomas da gripe aviária no dia 8 de janeiro, 15 dias antes da moça manifestar a doença. A cidade de Huaihua é vizinha da cidade de Xupu. Isto é um indicador da existência de transporte de aves infectadas entre as duas cidades ou em última análise, da movimentação de pessoas ou equipamentos de uma área contaminada para uma área livre do vírus. Se este for o caso, como parece que é, então a China não está sendo capaz de isolar os focos da doença, deixando que o vírus contamine novas regiões. Se a China não conseguir conter os focos da doença, em breve a situação irá piorar rapidamente.

O inverno e primavera são as estações mais propícias para a propagação viral, isto é mais um motivo para a China conter os focos com mais eficiência. A china está em pleno inverno e a primavera só ira terminar no dia 20 de junho, ou seja, ainda há 138 dias, mais de 4 meses para terminar o período mais favorável a transmissão do vírus da influenza.

Outro agravante é que a província de Hunan é basicamente rural, importante produtora de grãos e porcos. Os porcos se contaminam com o vírus da gripe aviária também, e se isto ocorrer eles podem servir de intermediários na adaptação do vírus da gripe aviária. Se o H5N1 se adaptar em suínos, ele se tornará capaz de infectar com mais facilidade as pessoas que se tornarão aptas a transmitir o H5N1 e assim, iniciar uma pandemia que poderá matar mais de 100 milhões de pessoas ao redor do mundo. Os suínos também se infectam com vírus da gripe humana, e além de servirem como meio de adaptação viral, eles servem também como meio de encontro do H5N1 com vírus da gripe humana. Se o H5N1 infectar uma célula em conjunto com vírus da gripe humana, estes podem trocar material genético e originar um novo vírus da influenza capaz de ser transmitido para pessoas e destas para outras pessoas iniciando a pandemia. Portanto, os suínos podem servir para a adaptação do H5N1 em mamífero, ou podem servir de meio para a troca genética entre o H5N1 e vírus da gripe humana, em ambos os casos, o resultado poderá ser a disseminação de um vírus potencialmente letal para todo o globo.