sexta-feira, 24 de julho de 2009

Gripe suína. Prevenção.

Em tempos de transmissão sustentada no Brasil a principal pergunta que é feita é: Como se prevenir da gripe suína? Vamos discutir cada item.

1 - Evitar aglomerações.

Se a sua região possui muitos casos de gripe suína, essa medida é importante. Ao evitar aglomerações, as pessoas diminuem o risco de ficarem contaminadas, e de contaminar outras, lembre-se, no primeiro ou nos primeiros dias, os infectados, mesmo sem os sintomas, transmitem a gripe. Alguns exemplos de aglomerações, cinemas, teatros, shows e danceterias. Mas e os aviões e ônibus? Estes veículos são propícios para a transmissão da gripe, pois são fechados e as pessoas ficam muito próximas. Em geral, não recomendo máscaras, mas nestes casos, principalmente se a incidência da doença na região for alta, o uso de máscaras pode ser essencial.

2 - Cobrir a boca e o nariz ao tossir e ao espirrar com um lenço descartável. O vírus da gripe é transmitido pelo ar. Quando uma pessoa infectada tosse, espirra ou mesmo fala, o vírus é eliminado junto com as gotículas que são produzidas nestas ações. Se a pessoa estiver doente, ela não deve sair de casa, mas o vírus começa a ser transmitido antes do início dos sintomas.

3 - Não compartilhar objetos de uso pessoal. O vírus da gripe pode ser transmitido de modo indireto. Se uma pessoa com gripe utilizar um utensílio e por ventura o contaminar e outra pessoa utilizar este mesmo objeto, esta pessoa pode se infectar, especialmente se ela levar a mão contaminada a boca e ao nariz. Os objetos de uso pessoal são: Copos, talheres, toalhas, alimentos, roupas, escovas de dente e outro objetos de uso pessoal.

4 - Lavar as mãos. O sabonete inativa o vírus da gripe, o uso de álcool gel ou líquido com concentrações de 70% também inativa o vírus. Essa medida é importante devido o que foi explanado no item 3. Ou seja, a gripe pode ser transmitida de modo indireto. Uma pessoa que possui o vírus pode contaminar objetos pela tosse ou espirro, ou mesmo pelo contato da mão contaminada. Por exemplo, vamos supor que uma pessoa infectada utilize um computador em uma lan house, é muito provável que ela contamine o teclado, se a outra pessoa que utilizar o mesmo computador, lavar as mãos após o uso e não levar a mão a boca e ao nariz durante o uso, ela estará minimizando as chances de contágio. O ato de lavar as mãos deve ser bem feita senão não adianta. E o álcool deve ter uma concentração entre 68% e 72% senão também não vai adiantar, álcool fora deste intervalo não é considerado saneante pela ANVISA. Veja um vídeo do Ministério da Saúde que mostra muito bem como lavar as mãos corretamente.





5 - Utilizar o bom censo. O bom censo também ajuda na prevenção da gripe. Se você estiver doente não saia de casa, se a sua escola está funcionando, vá para a escola, o mesmo se aplica ao trabalho. Evite o contato próximo com pessoas infectadas, mas não deixe de dar suporte as pessoas de sua família. A pessoa doente também fica fragilizada psicologicamente, e a ajuda de familiares auxilia na sua recuperação, aqui também se aplica o bom senso, ao ajudar algum familiar doente, utilize as precauções expostas aqui para que você não se contamine, o uso de máscaras pode ajudar.
Vejam o vídeo do José Gomes Temporão, o Ministro da Saúde, falando sobre a prevenção.


quarta-feira, 22 de julho de 2009

A diversidade de nomes dados a gripe suína confunde a população.

Quando as primeiras notícias surgiram em abril deste ano, esta gripe foi chamada de gripe suína, agora, passados três meses, ela é chamada por inúmeros nomes. A diversidade de nomes para a gripe suína atrapalha toda a sociedade. A confusão atinge a população na busca por melhores informações, o governo que se atrapalha entre os diversos termos e a comunidade formadora de opinião que fica sem saber qual o melhor nome a ser utilizado na divulgação das notícias. Vamos citar algumas diferenças.
A organização mundial da saúde (OMS), no início, divulgava o nome influenza suína, depois trocou o nome para influenza A(H1N1) e a partir do dia primeiro de julho começou a utilizar o nome (H1N1) pandêmico (tradução de pandemic (H1N1)). Ou seja a própria OMS já utilizou 3 nomes diferentes para a mesma gripe. O ministério da Saúde, seguiu o exemplo da OMS, começou utilizando o nome influenza suína, e hoje utiliza somente influenza A(H1N1). O Centro americano de controle e prevenção de doenças (CDC) utiliza o nome gripe H1N1, colocando sempre entre parenteses o nome gripe suína, mas também, utiliza o nome novo H1N1 (tradução de new H1N1 ou novel H1N1) concomitantemente com os outros dois termos, portanto, o CDC usa quatro nomes diferentes para a mesma doença ao mesmo tempo, segue os termos em inglês com sua tradução entre parenteses:

1 - H1N1 flu (gripe H1N1), 2 - swine flu (gripe suína), 3 - new H1N1 (novo H1N1) e novel H1N1 (novo H1N1).

A mídia brasileira utiliza o nome gripe suína e nova gripe, mas é, possível encontrar outros nomes como vírus H1N1, vírus influenza A e muitos outros.
Diante da variedade de nomes utilizados pelos órgãos oficiais e pela mídia, fica difícil para a população, através de canais de busca, encontrar as informações que necessitam.
Veja abaixo gráficos obtidos no google trends, que mede a quantidade de vezes que um termo foi buscado em uma determinada região do mundo por um determinado tempo. Para os gráficos que obti, utilizei a região como Brasil e a data como 2009, quem quiser fazer a experiência é só acessar a página google trends.







Veja nas figuras que cada termo buscado gera um gráfico diferente, que é reflexo dos diferentes termos utilizados pela população na busca de informações. Portanto, se alguém quiser procurar mais informações sobre a gripe suína, vai ter que utilizar vários termos para obter um bom conjunto de dados. As dificuldades não são apenas geradas pelo doença, mas também pelos diversos nomes que carrega.

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Gripe Suína matou 15 pessoas no Brasil. A maioria no RS. Será que a gripe suína da Argentina é mais letal?

A gripe suína já matou no Brasil 15 pessoas, onze delas no Rio Grande do Sul. Que a quantidade de mortes, vai aumentar com o avanço da doença, não é novidade para ninguém. O que chama a atenção é a quantidade de mortos no RS. Com isso, surge uma pergunta, porque houve tantas mortes no RS? Antes de tentar responder a essa questão, vamos mostrar alguns dados.
As notícias dizem que a taxa de letalidade da nova gripe está em torno de 0,4%, ou seja, próximo da taxa de letalidade da gripe sazonal, isto é verdade se fizermos os cálculos com dados globais. No entanto, se calcularmos a taxa de letalidade para cada país, veremos que os números são bem diferentes. Veja a tabela abaixo.

Como podemos ver, o país que possui a maior taxa de letalidade, dentre os países com o maior número de casos é a Argentina. Com uma taxa de letalidade de quase 4,5%, a Argentina apresenta um índice de severidade pandêmico de categoria 5, o mais elevado deste sistema. Veja abaixo.


Diante destes dados, poderemos procurar respostas para a pergunta: Porque houve tantas mortes no RS? Algumas hipóteses podem ser levantadas. A causa das mortes no RS pode ser a proximidade com a Argentina. Se a causa da taxa de letalidade de nosso vizinho for uma linhagem viral mais letal, e ainda, se grande parte das pessoas do RS se infectaram com a linhagem da vizinha Argentina, é de se esperar que a quantidade de mortos no RS seja elevado. Outro fato que corrobora com essa hipótese, é a alta taxa de letalidade que ocorre no Paraguai. Embora a taxa de letalidade da Argentina seja bem maior que a do Paraguai, este último, ainda assim, está na categoria 5 do índice de severidade pandêmico. Pode ser que o Paraguai tenha muitos casos de gripe suína de origem Argentina. Se a nossa hipótese se confirmar, e a linhagem suína da Argentina prevalecer, poderemos esperar que a quantidade de mortes no Brasil, seja superior a 2 milhões. Outra hipótese para a taxa de letalidade elevada é a baixa eficiência no tratamento das pessoas infectadas. Espero que a explicação para as taxas de letalidade altas, apesar de ser trágica, seja mesmo a falta de tratamento adequado, porque neste caso, o tratamento pode melhorar e as taxas de letalidade cair. Agora se a hipótese de uma linhagem mais letal se confirmar, somente a vacina poderá evitar que milhões de pessoas morram.

fontes:

Tabela - Ministério da Saúde.

http://portal.saude.gov.br/portal/aplicacoes/noticias/default.cfm?pg=dspDetalheNoticia&id_area=124&CO_NOTICIA=10402


Figura - Modificada do original. Centers for Diesease Control and Prevention (CDC).

http://www.cdc.gov/media/pdf/MitigationSlides.pdf