sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Gripe Suína. Ministério da Saúde comprará 18 milhões de doses da vacina.


Segundo nota publicada pelo Ministério da Saúde no dia 03/08, o Brasil está negociando a compra de 18 milhões de doses da vacina contra a gripe suína. Um milhão de doses chegara já em dezembro prontas para uso, os outros 17 milhões virão a granel e será envasada e distribuída pelo Instituto Butantan no primeiro semestre de 2010, antes do próximo inverno. Um lote adicional de 15 milhões de doses poderá ser encomendado, mas vai depender da produção da gripe sazonal, a fabricação da vacina para a gripe sazonal e gripe suína são parecidas, e a produção de uma ou de outra vai depender da capacidade produtora das fábricas. Portanto, estes 15 milhões de doses adicionais só virão se o fabricante já tiver cumprido a fabricação da vacina sazonal. Segundo o Ministério, a vacinação contra a gripe sazonal vai ser mantida e se espera que seja disponibilizada 25 milhões de doses para as pessoas com idade acima 60 anos. Poucas empresas no mundo fabricam a vacina contra a gripe, seja ela sazonal ou suína, portanto depende da capacidade produtiva destes fabricantes para a produção das vacinas contra as gripes. Segundo a Organização mundial de Saúde existem no mundo cerca de 20 produtores licenciados para a fabricação de vacinas contra a gripe e a capacidade estimada de produção é de 4,9 bilhões de doses em 12 meses. No Brasil não existe ainda nenhuma fabrica de vacinas contra a gripe em funcionamento, o Instituto Butantan, apenas envasa e distribui as vacinas que vem de fora, no entanto, o Butantan está em fase final na certificação de uma fábrica de vacina contra a gripe e espero que em breve possa produzi-las. A vacina a ser distribuída no Brasil é produzida pela Sanofi Pasteur em Lion na França.
Quando a vacina chegar ela vai ser administrada primeiro na equipe de saúde e nas pessoas que compõem o grupo de risco. Provavelmente a vacina será administrada em duas doses com intervalo de pelo menos 15 dias entre uma e outra dose (provável que seja um mês). Os primeiros testes com a vacina contra a gripe suína têm mostrado rendimento menor que para a gripe sazonal, por isso, esta deverá ser aplicada em duas doses, no entanto, o Instituto Butantan está se preparando para fazer testes com adjuvantes (potencializadores) que poderá ser incorporado a vacina e assim aumentar seu rendimento e diminuir para apenas um dose de vacina para cada pessoa.

Fontes:

1 - Ministério da Saúde.
2 - Organização Mundial da Saúde.

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Gripe suína. Brasil já tem 132 mortes.

Segundo as Secretarias de Saúde estaduais o vírus já matou 132 pessoas no país. São Paulo o estado mais afetado, conta com 50 mortes. O Rio Grande do Sul confirmou mais três mortes e agora está com 32. A Bahia divulgou a primeira morte devido a gripe suína no estado, o mesmo ocorreu em Pernambuco, que teve sua primeira morte confirmada. Com estes novos dados, a taxa de mortalidade de São Paulo passa de 0,09 para 0,12/100.000 habitantes. O Rio Grande do Sul fica com a taxa de mortalidade de 0,29/100.000. A Bahia fica com a taxa de mortalidade de 0,007/100.000 e Pernambuco com 0,01/100.000 pessoas. A taxa de mortalidade nacional está agora em 0,07/100.000 habitantes. Os estados do Paraná, Santa Catarina, Rio de Janeiro e Paraíba mantêm os mesmos números que os informados no post abaixo. Veja o mapa do Brasil com os casos confirmados e os óbitos.

Mapa do Brasil com a quantidade de óbitos confirmados nos estados. Os dados do Rio Grande do Sul estão desatualizados, a quantidade de mortos provocados pelo vírus A/H1N1 é de 32.

Fontes:

1 - Secretaria de Saúde do estado da Bahia.
2 - Secretaria de Saúde do estado do Pernambuco.
3 - Secretaria de Saúde do estado do Rio Grande do Sul.
4 - Secretaria de Saúde do estado de São Paulo.
5 - Folha online.

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Gripe suína. Dados do Brasil atualizados.

O Ministério da Saúde divulgou ontem seu boletim semanal sobe a gripe suína, os dados são referentes a trigésima semana epidemiológica que se encerrou dia primeiro de agosto. Aliado aos dados do ministério foram incluídos resultados mais atuais coletados nas secretárias das 27 unidades federativas do Brasil. Os dados do Ministério da Saúde informa o total de 96 mortes, mas conforme foi apurado, a quantidade de mortes atual é de 115, 19 óbitos a mais. Segundo os dados do Ministério da Saúde foram confirmados 844 casos de síndrome respiratória aguda grave (SRAG) provocada pelo H1N1. Deste total, conforme comentado, 96 pessoas morreram o que eleva a taxa de letalidade de 10,3% do último informe para 11,37%. A taxa de letalidade dos casos graves não pôde ser realizada com o atual número de mortes (115) devido a não tabulação dos casos graves atuais, portanto, foram utilizados os dados fornecidos, vamos esperar o próximo boletim para obtermos a quantidade de pessoas infectadas graves. A taxa de mortalidade também aumentou, no informe passado estava em 0,029 e agora sobe para 0,05/100.000 habitantes, se levarmos em conta a quantidade de mortes atual, a taxa de mortalidade fica em 0,06/100.000 brasileiros. As mulheres são maioria do quadro de SRAG com 55,6% do total de casos, grande parte devido as grávidas que são mais suscetíveis ao H1N1, elas corresponde a 39,5% das mortes femininas com SRAG. Fatores de risco elevam a taxa de letalidade dos pacientes graves para 23,5% enquanto a letalidade de pacientes graves que não possuem fatores de risco é de 8,9%, portanto, a chance de morrer de uma pessoa com SRAG que possui algum fator de risco é de 2,6 vezes maior que as que não possuem fatores de risco. Dentre os fatores de risco que mais aumentam a chance de óbito dos pacientes graves estão, além da gravidez, cardiopatias com letalidade maior que 11%, neuropatias com cerca de 9,5%, doenças respiratórias, hipertensão e doenças metabólicas com letalidade acima de 8% e diabete com taxa acima de 6%, a idade acima dos 60 anos possui uma taxa de letalidade de apenas 3%, diferente da gripe sazonal, onde este grupo é a maioria dos casos de óbito. O vírus H1N1 representa quase 60% de todos os casos de gripe avaliados pelo Ministério da Saúde, fato que vem se repetindo desde a vigésima quarta semana epidemiológica, o que corrobora com a expansão viral na população brasileira.

Em relação aos óbitos, São Paulo segue na frente com 38 mortes (33%), o Rio Grande do Sul, vem em segundo com 29 mortes (25,2%) seguido pelo Paraná com 25 mortes (21,8%), o Rio de Janeiro vem em quarto lugar, com 19 mortes (16,5%), Santa Catarina, que pela primeira vez apresenta óbitos, vem em quinto lugar com 3 mortos (2,6%) e a Paraíba com 1 óbito (cerca de 0,9% do total de mortes). Se fizermos as contas da taxa de mortalidade por estados, veremos uma grande diferença em relação a taxa nacional que engloba muitos estados que não tiveram nenhum óbito. A taxa de mortalidade nacional é importante, mas a meu ver, as taxas estaduais ou mesmo municipais, são mais importantes para termos uma visão mais próxima da realidade e assim, medidas mais objetivas no combate ao vírus e no tratamento dos pacientes podem ser tomadas. Vamos aos números, da maior para a menor taxa de mortalidade (TM), o Rio Grande do Sul com TM de 0,27/100.00, o Paraná com TM de 0,24/100.00, o Rio de Janeiro com TM de 0,12/100.00, São Paulo com 0,09/100.000, Santa Catarina com TM de 0,05/100.00 e a Paraíba com TM de 0,03/100.000 habitantes. O Paraná foi o estado com maior crescimento da TM, no informe do Ministério da Saúde anterior, a TM do Paraná era menor que 0,04/100.00, agora com 0,24/100.00, teve um aumento na sua taxa de mortalidade de seis vezes, se continuar assim, rapidamente o Paraná será o campeão no Brasil de taxa de mortalidade.

Fontes:

1 - Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde - 04 de agosto.

2 - Secretaria de Saúde do Paraná.

3 - Secretária de Saúde de Santa Catarina.

4 - Secretária de Saúde do Rio Grande do Sul.

5 - Secretária de Saúde do Rio de Janeiro.

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Gripe Suína. Dados mundiais atualizados.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou ontem um boletim atualizado sobre a gripe suína. Os boletins da OMS não estão sendo publicados com regularidade devido a mudança feita na contagem dos casos de gripe suína no mundo. Como a realização de exames para todos os casos suspeitos de gripe suína é cara e sobrecarrega o sistema de vigilância sanitária, a OMS recomenda que os esforços sejam dirigidos para o tratamento e exames dos casos graves e para a confirmação dos óbitos. Para os países onde a gripe ainda não se espalhou, é necessário que o exame seja feito em todos os casos suspeitos, o Brasil não está neste grupo. No Brasil o H1N1 está se disseminando rapidamente, assim, o Brasil está concentrando os esforços no tratamento dos casos graves e realizando exames de confirmação da gripe suína nestes casos e nos casos de óbito, a realização de exames para a confirmação de infecção pelo H1N1 em todos os casos suspeitos é impossível de ser realizado, até mesmo em países com maiores recursos. Os Estados Unidos já tomou estas medidas e está concentrando recursos nos casos graves. Devido a estes mesmos motivos, deixa de ser relevante a publicação de um boletim contendo a lista de países e a quantidade de casos de gripe suína existente. Ao invés disso, a OMS está publicando estes números agrupados por regiões. Deste modo a distribuição dos casos confirmados (sejam graves ou não) e mortes fica assim:

1 - África - 229 casos e nenhuma morte.
2 - Américas - 98.242 casos e 1008 mortes.
3 - Mediterrâneo Oriental - 1.301 casos e uma morte.
4 - Europa - 26.089 casos e 41 mortes.
5 - Sudeste da Ásia - 8.858 casos e 65 mortes.
6 - Pacífico Ocidental - 26.661 casos e 39 mortes.
Total - 168 países e territórios, 162.380 casos confirmados e 1.154 mortes.

Apesar do boletim ter sido publicado dia 04 de agosto, os dados foram contados até o dia 31 de julho. Portanto, a quantidade de casos e mortes está maior. A própria OMS admite que a quantidade de casos está subestimada, devido a não realização de exames de confirmação para os casos leves, em países onde a doença se disseminou. Apesar disso, a quantidade de mortes deve refletir a realidade mundial.

Mapa que mostra as subdivisões regionais da Organização Mundial da Saúde (clique na figura para ampliar).

Fonte: Organização Mundial da Saúde.
http://www.who.int/csr/don/2009_08_04/en/index.html