quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Gripe suína. Dados do Brasil atualizados.

O Ministério da Saúde divulgou ontem seu boletim semanal sobe a gripe suína, os dados são referentes a trigésima semana epidemiológica que se encerrou dia primeiro de agosto. Aliado aos dados do ministério foram incluídos resultados mais atuais coletados nas secretárias das 27 unidades federativas do Brasil. Os dados do Ministério da Saúde informa o total de 96 mortes, mas conforme foi apurado, a quantidade de mortes atual é de 115, 19 óbitos a mais. Segundo os dados do Ministério da Saúde foram confirmados 844 casos de síndrome respiratória aguda grave (SRAG) provocada pelo H1N1. Deste total, conforme comentado, 96 pessoas morreram o que eleva a taxa de letalidade de 10,3% do último informe para 11,37%. A taxa de letalidade dos casos graves não pôde ser realizada com o atual número de mortes (115) devido a não tabulação dos casos graves atuais, portanto, foram utilizados os dados fornecidos, vamos esperar o próximo boletim para obtermos a quantidade de pessoas infectadas graves. A taxa de mortalidade também aumentou, no informe passado estava em 0,029 e agora sobe para 0,05/100.000 habitantes, se levarmos em conta a quantidade de mortes atual, a taxa de mortalidade fica em 0,06/100.000 brasileiros. As mulheres são maioria do quadro de SRAG com 55,6% do total de casos, grande parte devido as grávidas que são mais suscetíveis ao H1N1, elas corresponde a 39,5% das mortes femininas com SRAG. Fatores de risco elevam a taxa de letalidade dos pacientes graves para 23,5% enquanto a letalidade de pacientes graves que não possuem fatores de risco é de 8,9%, portanto, a chance de morrer de uma pessoa com SRAG que possui algum fator de risco é de 2,6 vezes maior que as que não possuem fatores de risco. Dentre os fatores de risco que mais aumentam a chance de óbito dos pacientes graves estão, além da gravidez, cardiopatias com letalidade maior que 11%, neuropatias com cerca de 9,5%, doenças respiratórias, hipertensão e doenças metabólicas com letalidade acima de 8% e diabete com taxa acima de 6%, a idade acima dos 60 anos possui uma taxa de letalidade de apenas 3%, diferente da gripe sazonal, onde este grupo é a maioria dos casos de óbito. O vírus H1N1 representa quase 60% de todos os casos de gripe avaliados pelo Ministério da Saúde, fato que vem se repetindo desde a vigésima quarta semana epidemiológica, o que corrobora com a expansão viral na população brasileira.

Em relação aos óbitos, São Paulo segue na frente com 38 mortes (33%), o Rio Grande do Sul, vem em segundo com 29 mortes (25,2%) seguido pelo Paraná com 25 mortes (21,8%), o Rio de Janeiro vem em quarto lugar, com 19 mortes (16,5%), Santa Catarina, que pela primeira vez apresenta óbitos, vem em quinto lugar com 3 mortos (2,6%) e a Paraíba com 1 óbito (cerca de 0,9% do total de mortes). Se fizermos as contas da taxa de mortalidade por estados, veremos uma grande diferença em relação a taxa nacional que engloba muitos estados que não tiveram nenhum óbito. A taxa de mortalidade nacional é importante, mas a meu ver, as taxas estaduais ou mesmo municipais, são mais importantes para termos uma visão mais próxima da realidade e assim, medidas mais objetivas no combate ao vírus e no tratamento dos pacientes podem ser tomadas. Vamos aos números, da maior para a menor taxa de mortalidade (TM), o Rio Grande do Sul com TM de 0,27/100.00, o Paraná com TM de 0,24/100.00, o Rio de Janeiro com TM de 0,12/100.00, São Paulo com 0,09/100.000, Santa Catarina com TM de 0,05/100.00 e a Paraíba com TM de 0,03/100.000 habitantes. O Paraná foi o estado com maior crescimento da TM, no informe do Ministério da Saúde anterior, a TM do Paraná era menor que 0,04/100.00, agora com 0,24/100.00, teve um aumento na sua taxa de mortalidade de seis vezes, se continuar assim, rapidamente o Paraná será o campeão no Brasil de taxa de mortalidade.

Fontes:

1 - Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde - 04 de agosto.

2 - Secretaria de Saúde do Paraná.

3 - Secretária de Saúde de Santa Catarina.

4 - Secretária de Saúde do Rio Grande do Sul.

5 - Secretária de Saúde do Rio de Janeiro.

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