segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

China anuncia novo caso de H5N1. Análise de risco.

Foi confirmado hoje (02/02/09) um novo caso de infecção pelo vírus H5N1. Uma mulher de 21 ano de idade moradora da cidade de Xupu, província de Hunan (ver mapa em post abaixo). Ela foi internada no dia 26/01 após 3 dias do início dos sintomas. Até o momento o estado de saúde da moça permanece estável. As investigações epidemiólogicas determinaram que a moça teve contato direto com aves doentes e mortas devido infecção pelo vírus da gripe aviária.

Este foi o segundo caso de pessoas contaminadas com o vírus do subtipo H5N1 na província de Hunan. Como noticiado anteriormente, um adolescente de 16 anos, morador da cidade de Huaihua, desenvolveu os sintomas da gripe aviária no dia 8 de janeiro, 15 dias antes da moça manifestar a doença. A cidade de Huaihua é vizinha da cidade de Xupu. Isto é um indicador da existência de transporte de aves infectadas entre as duas cidades ou em última análise, da movimentação de pessoas ou equipamentos de uma área contaminada para uma área livre do vírus. Se este for o caso, como parece que é, então a China não está sendo capaz de isolar os focos da doença, deixando que o vírus contamine novas regiões. Se a China não conseguir conter os focos da doença, em breve a situação irá piorar rapidamente.
O inverno e primavera são as estações mais propícias para a propagação viral, isto é mais um motivo para a China conter os focos com mais eficiência. A china está em pleno inverno e a primavera só ira terminar no dia 20 de junho, ou seja, ainda há 138 dias, mais de 4 meses para terminar o período mais favorável a transmissão do vírus da influenza.

Outro agravante é que a província de Hunan é basicamente rural, importante produtora de grãos e porcos. Os porcos se contaminam com o vírus da gripe aviária também, e se isto ocorrer eles podem servir de intermediários na adaptação do vírus da gripe aviária. Se o H5N1 se adaptar em suínos, ele se tornará capaz de infectar com mais facilidade as pessoas que se tornarão aptas a transmitir o H5N1 e assim, iniciar uma pandemia que poderá matar mais de 100 milhões de pessoas ao redor do mundo. Os suínos também se infectam com vírus da gripe humana, e além de servirem como meio de adaptação viral, eles servem também como meio de encontro do H5N1 com vírus da gripe humana. Se o H5N1 infectar uma célula em conjunto com vírus da gripe humana, estes podem trocar material genético e originar um novo vírus da influenza capaz de ser transmitido para pessoas e destas para outras pessoas iniciando a pandemia. Portanto, os suínos podem servir para a adaptação do H5N1 em mamífero, ou podem servir de meio para a troca genética entre o H5N1 e vírus da gripe humana, em ambos os casos, o resultado poderá ser a disseminação de um vírus potencialmente letal para todo o globo.

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