segunda-feira, 30 de março de 2009

Egito faz bom trabalho no tratamento de pessoas infectadas, mas falha em impedir que a doença acometa novas pessoas. Nono caso confirmado.

Hoje a Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou um novo caso humano de gripe aviária no Egito. Desta vez a vítima foi uma menina de dois anos e meio de idade que se infectou ao entrar em contato com aves doentes ou mortas na província de Qena (ver mapa abaixo). Os sintomas da menina se iniciaram no dia 23/03, no dia seguinte ela foi hospitalizada. O tratamento da menina começou no mesmo dia de sua internação com a administração de oseltamivir. Seu estado de saúde é estável.
O Egito tem sido competente no tratamento das pessoas infectadas com o H5N1, no entanto, falha ao impedir que novas pessoas venham a se infectar (ver foto abaixo). Este ano, nove pessoas se infectaram no Egito, oito delas são crianças pequenas, isto ainda é um mistério pra mim. Sobre este assunto, John Jabbour (epidemiologista sênior da OMS) especula que o aumento do número de casos em crianças abaixo dos 3 anos de idade ocorre porque as famílias já não estão alertas sobre os riscos de contaminação e com isso, não estão tomando precauções básicas para com suas crianças. A OMS solicitou ao Ministério da Saúde Egípcio que investigue o motivo pelos quais as crianças estão sendo as maiores vítimas do vírus da gripe aviária. Existe ainda um agravante para o controle do H5N1 em aves no Egito. Sayyed, ministro adjunto da saúde no Egito, disse que os criadores de aves estão relutantes em comunicar os casos suspeitos por medo de que os funcionários da saúde não apenas abata as suas aves mais também sacrifique as aves de seus vizinhos.

Foto mostrando um mercado livre na cidade do Cairo, Egito. Ambientes como o da foto facilita a contaminação de pessoas e de outras aves. Aqui em São Paulo existe um controle maior, aves vivas não são mais vendidas em mercados. No mercado municipal de Pinheiros eram vendidas aves vivas em um modelo como o da foto, no entanto, a cerca de dois ou três anos atrás este tipo de comercio foi proibido pela vigilância sanitária. O Brasil que nunca teve nenhum casos de gripe aviária já tomou algumas medidas básicas, porque o Egito que já teve 60 pessoas infectadas não faz o mesmo? É necessário ressaltar que o controle na venda de aves vivas nos mercados, como feito aqui em São Paulo, evita que uma série de outras doenças microbianas se alastrem entre os planteis aviários e seja uma ameaça a saúde das pessoas.


Em laranja estão marcadas as províncias que tiveram casos humanos de H5N1. Em vermelho está marcada a província com o caso mais recente de gripe aviária. Se o vírus se alastrar para províncias mais ao sul do Egito ele pode ultrapassar a fronteira e contaminar aves e pessoas do Sudão.

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